“Tudo o que você vê, o que abrange o divino e o homem, é um – somos partes de
um grande corpo. A natureza nos produziu relacionados uns com os outros, já
que ela nos criou da mesma fonte e para o mesmo fim. Ela engendrou em nós um
afeto mútuo e nos fez propensos a amizades. Ela estabeleceu equidade e justiça;
de acordo com sua decisão, é mais lamentável cometer do que sofrer lesões. Por
meio de suas ordens, deixe nossas mãos estarem prontas para todos que precisam
ser ajudados”
Sêneca, Carta XCV. Sobre a utilidade dos princípios básicos“Você sabe quais os limites que a lei da natureza ordena para nós? Apenas evitar a
fome, a sede e o frio. A fim de banir a fome e a sede, não é necessário para você
cortejar às portas dos ricos ou submeter-se ao olhar severo ou à bondade que
humilha; nem é necessário para você percorrer os mares ou ir à guerra; as
necessidades da natureza são facilmente fornecidas e estão sempre à mão”
Sêneca, Carta IV. Sobre os terrores da morte“Se a sua opinião presente for verdadeira, se a sua ação presente for útil à
sociedade, se a sua disposição presente for a de acolher de bom grado tudo o que
se origina numa causa exterior, então você não necessitará de mais nada [para
viver segundo a natureza]”
Marco Aurélio, Meditações, Livro IX, 6“Cada ser foi criado para cumprir a sua natureza. Assim, onde estiver a natureza
de cada um, lá estará o que lhe é útil e bom”
Marco Aurélio, Meditações, Livro V, 16“E o que é que a razão exige dele? A coisa mais fácil do mundo: viver de acordo
com sua própria natureza. Mas isso é transformado em uma tarefa difícil pela
loucura geral da humanidade: nós impulsionamos uns aos outros ao vício. E como
pode um homem ser levado para a redenção, quando não tem ninguém para
refreá-lo e toda a humanidade para instigá-lo?”
Sêneca, Carta XLI. Sobre o Deus dentro de nós“Compreenda isto: a filosofia deseja o mesmo que a sua natureza. E você, era você
quem buscava algo em desacordo com ela. Alguém poderia dizer: ‘mas o que vai
mais de acordo com a minha natureza do que aquilo que eu já faço normalmente?’
– Ora, e não é precisamente assim que a luxúria nos desvia do nosso caminho?
Verifica, portanto, se a magnanimidade, a liberdade, a simplicidade, a
equanimidade e a piedade não estão mais de acordo com a sua [verdadeira]
natureza do que a luxúria? Afinal, o que há de mais familiar à natureza do que a
própria sabedoria? Pensa na excelência desta virtude: a inteligência unida à
compreensão e ao conhecimento. Ela nunca nos engana, e sempre nos conduz em
segurança pelo caminho da vida”
Marco Aurélio, Meditações, Livro V, 9“No nosso nascimento, a natureza nos tornou ensináveis e nos deu razão, não
perfeita, mas capaz de ser aperfeiçoada”
Sêneca, Carta XLIX. Sobre a brevidade da vida“É a esta lei que nossas almas devem se ajustar, essa é que devem seguir, que
devem obedecer. Seja lá o que aconteça, suponha que isso estava determinado a
acontecer e não esteja disposto a lutar contra a natureza”
Sêneca, Carta CVII. Sobre a obediência à vontade universal“A sua faculdade de julgamento deve ser exercitada e aguçada constantemente.
Tal faculdade exige que em sua alma não exista nenhuma opinião inconsistente
com a natureza e a constituição de um ser racional. E tal faculdade, quando bem
executada, o liberta das rotulagens apressadas, o torna amigo da humanidade e
submisso aos deuses.”
Marco Aurélio, Meditações, Livro III, 9“Isto você deve sempre manter em sua mente: o que é a natureza do todo, e o
que é a minha natureza, e como isto se relaciona com aquilo, e qual a parte que
lhe cabe, e de que espécie de todo. E que ninguém lhe impeça de falar e agir
sempre de acordo com a natureza da qual você é parte”
Marco Aurélio, Meditações, Livro II, 9“Julgue como dignas e adequadas a ti cada palavra e ação que estejam de acordo
com a natureza. E não se deixe influenciar pela censura dos demais, nem por suas
palavras: se julga que algum discurso ou ação vai de acordo com a natureza, vá em
frente. Pois tais pessoas se guiam pelo seu próprio juízo, e seguem os seus
próprios impulsos. Assim, não lhes dê atenção, segue reto, obedece à sua própria
natureza e à natureza comum: o seu caminho é um só”
Marco Aurélio, Meditações, Livro V, 3“Quando você está a ponto de realizar uma ação, recorde-se que tipo de qualidade
ela é. Se você vai aos banhos, coloque ante a sua mente o que acontece no banho
– a água se despejando sobre alguns, outros sendo atirados nela, outros
resmungando, outros roubando; e você então estará atuando de forma mais segura
se disser prontamente para si mesmo: ‘Eu desejo me banhar e quero manter a
minha vontade em harmonia com a natureza'”
Epicteto, O manual para a vida“O que resta digno de valor? Segundo eu penso, a capacidade de mover-se ou
deter-se em conformidade com a sua própria natureza, o que é também o objetivo
das artes e do estudo filosófico. Sem dúvida a arte se propõe a encaminhar sempre
cada criatura à obra para a qual ela foi criada: o plantador que cultiva a videira, o
domador de cavalos, o adestrador de cães, todos visam cumprir a sua arte”
Marco Aurélio, Meditações, Livro VI, 16“Inicie a manhã dizendo para si mesmo: hoje devo cruzar meu caminho com os
intrometidos, os ingratos, os arrogantes, os traiçoeiros, os invejosos e os
mal-humorados. Tudo isso lhes afeta pelo fato de serem ignorantes do bem e do
mal. Eu, porém, que contemplei a natureza do bem, e vi a beleza, e que
igualmente observei o mal, e percebi o seu horror, e que ainda refleti sobre a
natureza daqueles que incorrem no erro, e descobri que eles também me são
aparentados, não somente pelo sangue ou pelo nascimento, mas por participarem
da mesma inteligência e da mesma origem divina, já não posso temer que me
causem dano algum. Pois que ninguém [além de mim] pode reformar o meu próprio
mal, tampouco eu poderia me zangar com um parente, muito menos odiá-lo. Pois
que nós fomos criados para a cooperação mútua, como os pés, as mãos, as
pálpebras, os dentes superiores e inferiores. Assim, agir contra o próximo é algo
contrário à natureza, e deve ser evitado”
Marco Aurélio, Meditações, Livro II, 1“É de acordo com a natureza mostrar carinho por nossos amigos e se alegrar de
seu avanço como se fosse absolutamente nosso”
Sêneca, Carta CIX. Sobre a associação com homens sábios“Quando vive de acordo com a natureza, nossa alma reinante é tão tocada por um
profundo respeito pelos eventos da vida, que ela se adapta facilmente ao que quer
que seja passível de ocorrer. Quando lhe é permitido vivenciar as coisas
superiores, seu amor se volta para elas, porém sempre levando em consideração a
existência das coisas inferiores. Ela em realidade se alimenta de qualquer ocasião
[seja inferior ou superior], como o fogo que faz de tudo o que lhe lançam
combustível para suas brasas”
Marco Aurélio, Meditações, Livro IV, 1“O homem é um animal de raciocínio. Portanto, o maior bem do homem é atingido
se ele cumpriu o bem para o qual a natureza o projetou no nascimento”
Sêneca, Carta XLI. Sobre o Deus dentro de nós“Discuta o problema com a natureza: ela lhe dirá que criou dia e noite”
Sêneca, Carta III. Sobre a verdadeira e a falsa amizade“Quando você lida com as suas impressões de acordo com a natureza, então
você poderá realmente ficar orgulhoso, porque o seu orgulho estará num bem que
lhe pertence”
Epicteto, O manual para a vida“‘O que, então’, você pergunta, ‘é a razão?’ É seguir a natureza. ‘E o que’, você diz,
‘é o maior bem que o homem pode possuir?’ É conduzir-se de acordo com o que a
natureza deseja.”
Sêneca, Carta LXVI. Sobre vários aspectos da virtude“Nada, Lucílio, é nosso, exceto o tempo. A natureza nos deu o privilégio desta
única coisa, tão fugaz e escorregadia que qualquer um pode esbulhar
tal posse”
Sêneca, Carta I. Sobre aproveitar o tempo“Nenhuma de nossas posses é essencial. Voltemos à lei da natureza, de acordo
com ela as riquezas são disponibilizadas para nós. As coisas que realmente
precisamos são gratuitas para todos, ou então baratas, a natureza almeja apenas
pão e água. Ninguém é pobre de acordo com este padrão”
Sêneca, Carta XXV. Sobre a mudança“Os desejos naturais são limitados, mas aqueles que brotam da falsa opinião não
tem ponto de parada. O falso não tem limites. Quando você está viajando em uma
estrada, deve haver um fim, mas quando perdido, suas andanças são ilimitadas.
Desista, portanto, de coisas inúteis, e quando você quiser saber se o que procura é
baseado em um desejo natural ou em um desejo enganoso, considere se ele
pode parar em algum ponto definido. Se você perceber, depois de ter viajado muito,
que há um objetivo mais distante sempre em vista, você pode ter certeza que esta
situação é contrária à natureza”
Sêneca, Carta XVI. Sobre filosofia, o guia da vida“A natureza trabalha sempre em favor do que é útil [à própria natureza]”
Marco Aurélio, Meditações, Livro IV, 9“Ninguém o impedirá de viver segundo a razão da sua natureza e nada lhe
acontecerá contra a razão da natureza comum”
Marco Aurélio, Meditações, Livro VI, 58“A virtude é consoante à natureza; o vício é oposto a ela e lhe é hostil”
Sêneca, Carta L. Sobre nossa cegueira e sua cura“Nosso lema, como você sabe, é ‘Viva de acordo com a Natureza’, mas é
bastante contrário à natureza torturar o corpo, odiar a elegância espontânea, ser
sujo de propósito, tomar comida que não é somente simples, mas repugnante e
desagradável”
Sêneca, Carta V. Sobre a virtude do filósofo“Qual é o meu objeto? Compreender a Natureza e segui-la”
Epicteto, O manual para a vida“Diga-lhes o que a natureza fez necessário e o que fez supérfluo, diga-lhes como
são simples as leis que ela estabeleceu, quão agradável e desimpedida a vida é
para aqueles que seguem essas leis, mas quão amarga e perplexa é para aqueles
que têm a sua confiança na opinião e não na natureza”
Sêneca, Carta XLVIII. Sobre trocadilhos como indignos ao filósofo“Os desejos da natureza são leves, as exigências da opinião são ilimitadas”
Sêneca, Carta XVI. Sobre filosofia, o guia da vida“Considero, conforme já lhe disse em outra carta, essencial fazer o que os grandes
homens fazem com frequência: reservar alguns dias para nos prepararmos para a
pobreza real por meio da pobreza simulada. Há mais razão para fazer isso, porque
estamos impregnados de luxo e consideramos todos os deveres árduos e
onerosos. Em vez disso, deixe a alma ser despertada de seu sono, ser estimulada
e ser lembrada de que a natureza prescreveu muito pouco para nós. Nenhum
homem nasce rico. Todo homem, quando vê pela primeira vez a luz, é condenado a
se contentar com leite e trapos. Tal é o nosso começo e ainda assim chegamos a
pensar que os reinos todos são muito pequenos para nós!”
Sêneca, Carta XX. Sobre praticar o que se prega“Aquele, no entanto, que arranjou seus assuntos de acordo com as exigências da
natureza é livre do medo, bem como da sensação da pobreza”
Sêneca, Carta CXIX. Sobre a natureza como nossa melhor fornecedora
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